quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Pensamentos

Sabe, já fazem alguns dias que não posto textos meus. Isso me deixa meio pra baixo, me sentindo inútil até mesmo para atualizar esse blog. Sinto falto dos meus textos do antigo blog, eles eram tão importantes pra mim. Sinto falta do que eu sentia naquela época, sinto falta da presença de pessoas daquele tempo. Sinto falta do jeito que eu era.
As vezes penso que tenho me iludido durante todos esses anos, com planos, com sonhos, com sentimentos. Eu sempre esperei um milagre, um príncipe, um final feliz. Mas será que eu não estou pedindo demais? Acho que não estou dando valor pra quem deveria realmente valorizar. Eu estou, de certa forma, me afundando ainda mais no abismo da fantasia. Eu estou esperando por uma pessoa que eu mesma desenhei... Uma pessoa que existe apenas na minha cabeça, que não é mais real do que os fantasmas da minha infância.
Sempre pensei que poderia fácilmente realizar os meus sonhos, pensei que seria feliz o mais cedo possível. É, eu pensei. Eu conheci pessoas maravilhosas, eu me envolvi com algumas (que até hoje são minhas amigas), eu vi e ouvi muitas coisas curiosas. Acho que posso dizer que, desconsiderando muitas frustrações e enganos, eu vivi. É engraçado fazer essa consideração agora, com apenas 18 anos. Fico imaginando o que direi aos 40 - caso eu chegue nessa idade. Acho que eu tenho uma certa tendencia ao drama, mas deixemos isso pra lá.

Será que o tempo realmente cura qualquer ferida? Digo, se eu machucar alguém, depois de um tempo ela poderá me perdoar? Eu tenho medo que não. Eu quero tanto tomar uma atitude decente, quero apenas poder ser feliz de novo. Mas já não sei se tenho condições, não sei se essa realmente é a vida que eu quero. Nossa, como é difícil tomar decisões. Se eu pudesse ao menos saber no que a minha escolha vai resultar, mas nem isso me é possível. Maldita libertade. Sartre estava certo ao dizer que estamos condenados à liberdade.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Sem palavras

Não acredito no que você disse pra mim, ontem a noite quando estávamos sozinhos. Você jogou as mãos pro alto. Baby, você desistiu, você desistiu! Não acredito no jeito que você olhou pra mim, com esse seu olhar James Dean. Nesse seu jeans apertado e cabelos longos; e seu cigarro manchado de mentiras...Se você quebrou, podemos consertar? Esse seu slogan é só uma piada? Nunca mais digo nada. Menino, você me deixou sem palavras! Você me deixou sem palavras, tão sem palavras. Não posso acreditar como você se arrastou pra mim com essa mandíbula quebrada. Você costurou os estalos do meu coração, nos meus sonhos, meus sonhos. Não acredito em como você olhou pra mim com esse seu olhar Johnny Walker. Ele vai te pegar e quando conseguir, não vai haver amor pra semear.
E eu sei que isso é complicado, mas sou um fracasso no amor. Então baby, levante os copos pra consertar todos os corações quebrados dos meus amigos destruídos.
Nunca mais digo nada, menino, você me deixou sem palavras. Você me deixou sem palavras, tão sem palavras. Nunca mais digo nada. Menino, você me deixou sem palavras. Você me deixou sem palavras, tão sem palavras. Como? Como? Como? Wow... E depois de todos os drinks e bares que frequentamos, você desistiria de tudo? Poderia eu desistir de tudo por você? E depois de todos os meninos e meninas que tivemos, você desistiria de tudo? Poderia você desistir de tudo? Se eu prometer pra você menino que eu nunca mais vou dizer nada e que nunca vou amar novamente. Que não irei escrever uma música, sequer cantar. Nunca mais digo nada. Menino, você me deixou sem palavras. Você me deixou sem palavras, tão sem palavras. Por que está tão sem palavras? Você alguma dia voltará a falar? Oh boy, por que você está tão sem palavras? Você me deixou sem palavras.
Alguns homens podem me seguir, mas você escolheu a companhia da morte. Por que está tão sem palavras? Oh oh oh

(Speechless - Lady Gaga)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A princesa do trem da cidade

Agora eu sou a princesa do trem do centro da cidade, onde todo mundo aqui, conhece meu jogo. Mas quando eu desço a rua eu os ouço dizer "Lá vai ela, aquela garota maluca. Ela acha que é alguma coisa nesse mundo".

(No Floods - Lady Gaga)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Reflexão

Quantos anos eu tenho mesmo? Acho que a minha idade não condiz com as coisas que tenho pensado, que tenho feito e que tenho convivido. Essa minha apatia perante quase tudo ultimamente, tem me deixado um tanto quanto intrigada (ao mesmo tempo em que eu praticamente não me interesso muito por mudar).

Durante um tempo eu pensava que era forte o bastante, que eu podia vencer qualquer coisa que viesse. Mas agora eu vejo que não, eu sempre pareci uma coisa que eu gostaria de ser. Era como se eu me olhasse em um espelho que distorcia tudo, e visse o que eu sonhei, então eu fingia que aquela imagem era a real. Mas ambos sabemos que a farça pode até durar um tempo, mas ela não vive pra sempre. E agora estou aqui, sentada em frente ao computador com os olhos pintados, uma roupa simples e uma expressão vazia. Eu comecei a me arrumar para ir para a aula, mas o mal tempo me serviu de desculpa para ficar mais uma vez em casa. Sei que é um desleixo da minha parte, mas eu realmente não tenho vontade de ir para aquele lugar, cheio de pessoas com as quais eu convivo quase que diáriamente. Não tenho vontade de encará-los como se nada tivesse mudado, porque mudou. Mesmo que eles não saibam, que não tenham percebido, a Samanta não é mais a mesma. Por vezes ainda me pego rindo sozinha, lembrando de coisas boas que passei, mas de uns tempos pra cá, o que mais faço é pensar nas coisas que eu tenho pela frente, no que quero ou não pra mim e acabo percebendo que meus sonhos já não são mais tão tangíveis quanto antes. Não sei se apenas vejo a verdade agora ou se a minha total falta de interesse fez com que eles ficassem mais distantes. Mas que diferença faz agora? Acho que a maior parte do meu tempo eu passo imaginando como seriam as coisas se tudo fosse diferente. Mas se tudo fosse diferente, eu mesma não seria a pessoa que sou. Talvez fosse mais feliz, talvez mais infeliz... Vá saber, mas tenho apenas uma certeza: não estou nenhum pouco satisfeita.

Nesse post não vou me preocupar tanto com as ordens dos fatos, não vou me prender tanto na missão de ser entendida por alguém que eventualmente venha a ler esse texto. Não mesmo. Na verdade quero apenas botar pra fora, em forma de palavras o que sinto, e no final disso reler. De repente com isso, eu consigo enxergar onde, exatamente, está a falha. Aí, quem sabe, tudo acabe se ajustando. Não creio muito no que acabei de dizer, mas dar desculpas a si mesmo por atos insanos é totalmente normal. Não cabe a mim e nem a você julgar, então fique a vontade para ler ou não, afinal de contas, isso provávelmente não vai atribuir nada a sua vida, é apenas conteúdo inútil.

Eu tenho amigos. Sim, não é tão difícil acreditar nessas palavras, porque eu realmente os tenho. Mas todo mundo sabe que nem sempre os amigos podem nos ajudar. Tem situações em que nós mesmos não podemos, fica tudo na mão do destino (muito caprichoso, diga-se de passagem). Aí então, podemos nos abster de qualquer eventual culpa no decorrer da vida, no decorrer dos acontecimentos. Não vou perguntar se me entendem, porque afinal de contas eu disse antes que não faço isso para a compreensão de terceiros, apenas para aliviar minha cabeça. Nós nos privamos de qualquer coisa que não nos convenha, nós mentimos, nós traimos, nós apunhalamos. E depois? Ninguém se pergunta no que acontece em seguida, depois que a cortina fecha e que as luzes se apagam? Será realmente que um ato, aparentemente, impensado (ou talvez em defesa própria) pode ser considerado relevante? Será que é possível colocar a cabeça no travesseiro durante a noite e dormir, sabendo que não se foi honesto quando deveria? Eu não sei a resposta disso, mas acho que está estampada na cara de cada indivíduo na rua.

As pessoas amam várias vezes na vida. Elas amam seus famíliares, amam seus amigos. Depois aprendem a amar segundos, terceiros, quartos... Descobrem que boa companhia é algo que o dinheiro não compra, e que nós apenas somos valorizados quando damos o devido valor.
Onde quero chegar é: damos esse valor? Nós valorizamos as pessoas certas, ou apenas deixamos que elas suponham o quanto são estimadas? Nós tomamos as atitudes corretas com elas, ou apenas deixamos que o tempo se encarregue de mostrar tudo?

Perdi o interesse pelo texto. Acho que cheguei a uma conclusão sobre mim, a qual não gostaria. Eu realmente sou desprezível.

domingo, 1 de novembro de 2009

Na igreja

Hoje acordei e comecei a refletir sobre quantas coisas não estão legais na minha vida. Ontem eu fui na igreja com a minha mãe (fui de má vontade, diga-se de passagem), e comecei a pensar sobre tantas e tantas coisas durante a missa.
Começando pelo padre, ele era um cara bonito. Fiquei imaginando a vida dele longe daquele altar, fiquei imaginando como seria ter um relacionamento com ele (não entendam-me mal, um relacionamento pode ser apenas uma amizade), em como ele deve agir no dia a dia. Eu nunca tive um amigo padre, então isso realmente me deixou muito curiosa. Fiquei imaginando se ele realmente acredita naquela conversa toda que prega para as beatas da igreja, se ele acha mesmo que Deus vai nos recompensar por todo sofrimento com a felicidade eterna. Eu tenho minhas duvidas, eu não acredito que tenhamos que esperar a próxima vida para sermos felizes, acho que aqui onde estamos, temos total condição de obter a felicidade.
Fiquei imaginando se ele segue tudo o que a igreja ensinou ele, a risca. O que mais a gente ouve falar é de padres que têm uma mulher, eles têm filhos. Existem padres que estupram os coroinhas. E então? Acho totalmente idiota da parte da igreja católica proibir o sacerdote de se casar, pois eles o fazem do mesmo modo, por baixo dos panos mas aos olhos do tão temido Deus. Será que eles não têm medo? Será que eles perdem seu sono pensando se Deus gostaria dessa conduta, se Deus pensa que eles estão pecando?
Estou sériamente pensando em procurar um padre para esclarecer essas minhas duvidas, mas óbviamente eles vão agir daquela forma hipócrita, vão se esconder naquele véu de santidade e negar que essas coisas realmente aconteçam... E se aceitarem que isso ocorre, vão dizer que não são realmente tementes a Deus. Talvez o certo fosse encontra-los longe da igreja, longe do esconderijo. Seria muito interessante... Não acham?
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Depois disso, comecei a reparar em um menino sentado na minha frente, a cada pouco ele beijava e se abraçava na mãe dele (que estava sentada ao seu lado). Ele as vezes chorava, pensei que ele tivesse perdido alguém recentemente, mas já em casa conversando com minha mãe, ela me disse que já tinha visto ele antes e que ele tinha agido da mesma forma. E que em certa altura ouviu a mãe dele perguntando o que ele tinha e ele disse que estava lembrando do seu pai. Vejam só, talvez não fizesse tanto tempo assim, talvez já fizessem anos mas me senti mal por ele. Me senti mal por mim também em saber que algum dia eu vou chorar as mesmas lágrimas (e eu não quero isso nunca).
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Bom, o resto do meu pensamento eu posto mais pra frente... Estou ainda escolhendo as palavras.