quinta-feira, 27 de maio de 2010

Muito tarde para te dizer agora

Eu deveria ter amado você melhor. Eu deveria ter segurado você apertado. Eu deveria estar naquelas noites longas e solitárias... Eu deveria ter lido suas cartas, eu deveria ter atendido o telefone. Eu deveria ter ficado com você, eu não precisava ir. E se tivesse tido outro caminho eu teria feito tudo de novo.

Eu não acho que eu alguma vez te disse o que você significava pra mim, porque eu me lembro quando você me puxou de volta, você colocou minha cabeça no lugar certo. Posso voltar para você de alguma maneira? Agora é muito tarde para te dizer? Muito tarde para te dizer agora.

Gostaria de poder te ver sorrir, gostaria de segurar sua mão. Gostaria de poder voltar atrás e te fazer entender que eu apenas estava preso numa vida de erros, e eu apenas fugi de você. Eu estou arrependido agora por tudo que eu fiz você passar. Eu estou arrependido agora, eu vejo agora, nós nunca fizemos isso no entanto. Eu estou arrependido agora!


Eu deveria ter amado você melhor, eu deveria ter segurado você apertado. Eu deveria estar lá!

Too Late to Tell You Now - Burn Halo

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Livre desse problema

Me olhe agora e eu serei uma nova pessoa. Meu coração será indestrutível, ele estará aberto a todos, menos para você.

"E uma parte de mim ainda acredita quando você diz que ficará por perto. E uma parte de mim ainda acredita que podemos encontrar uma maneira de resolver isto... Mas eu sei que tentamos tudo que podíamos tentar, portanto, vamos somente dizer adeus, para sempre."

Out From Under - Britney Spears


terça-feira, 18 de maio de 2010

Sobre as coisas que pensamos saber

Nós juramos conhecer algumas pessoas como a nossa palma da mão. Principalmente nossos 'amigos'. Nós defendemos, compramos brigas que não são nossas... Enfim, fazemos o diabo a quatro pra ajudar os nossos amiguinhos. A questão é: Realmente os conhecemos?

A cada dia que passa, vejo que não. Não conheço mais as pessoas que eu chamava de amigos... Não vejo mais nessas pessoas, as qualidades que antes eu julgava que tinham. Minha culpa, claro! Nenhuma delas fingiu ser o que não era. Quem viu demais nelas fui eu... e isso é o que mais me dói. Me dói saber que todas as vezes em que apoiei essas pessoas, foi uma perda de tempo.

Sei que nem sempre as coisas são assim, e que uma vez a cada um milhão de anos encontramos um amigo de verdade, mas isso não faz eu me sentir menos mal. Me sinto mal pensando que confiei em quem não merecia. Me sinto mal lembrando das vezes que emprestei meu colo para que esses estranhos chorassem. Me sinto mal por minhas expectativas terem sido frustradas.

O que mais quero agora é me deitar e esquecer de tudo... Deixar tudo pra lá. E como eu queria que essa fosse a parte fácil...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sobre a separação

Nós saímos daquele bar juntos e resolvemos caminhar um pouco, antes de irmos embora. Tínhamos marcado aquele encontro com a unica intenção de acertamos o final daquela relação. Se eu tentasse imaginar esta cena há algum tempo atrás, eu simplesmente não conseguiria... Mas agora vejo que de todas as atitudes que tomamos, essa foi a mais certa.

Ele me olha e sorri, ainda meio desconcertado - acho graça.

-É estranho, depois de todos esses anos, de repente vejo que não te conheço mais. A menina por quem me apaixonei naquela noite não existe mais... Não vejo nenhum rastro dela em você. O seu sorriso, embora seja o mesmo, já não me faz sentir um frio na barriga. Por que? Por que tudo mudou? Eu te amava tanto. E eu ainda te amo... Será que nós não poderíamos tentar de novo?

Penso se devo mesmo responder. Quando saí de casa não me preparei pra uma conversa tão pessoal. Achei que falaríamos de papéis, de propriedades... Não de sentimentos e de mudanças.
Decido dar uma chance para aquele diálogo - mesmo sabendo que não deveria.

-O meu sorriso é e sempre foi o mesmo... Quanto ao seu frio na barriga, não sei ao certo. Na época em que você sentia isso, não me conhecia verdadeiramente, e agora conhece. Você sentia porque eu era um mistério, algo novo... Totalmente inédito pra você. Por que sentiria ainda, sendo que já fomos casados e você sabe tudo sobre mim?

Ele vacila. Aproveito esse momento e prossigo:

-Fábio, pensei que já tínhamos conversado sobre isso. Pensei que estávamos entendidos quanto aos motivos da nossa separação. Eu te amava, mas você me traiu. Do que adianta agora tentarmos descobrir onde foi o erro? O erro foi seu, foi meu... Foi nosso. Não quero mais pensar nisso. Tudo o que eu quero é poder seguir com a minha vida. Você fez parte da minha história, e eu sempre vou lembrar com carinho dos dias que passamos juntos... Mas por favor, entenda que este é o meu passado. Não quero ter que conviver com ele pelo resto dos meus dias. Respeite minha vontade e não me procure mais.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Das lembranças

Ainda lembro do dia em que nos conhecemos. Sua roupa, seus cabelos... O jeito de caminhar e a maneira que me olhou. Se eu fechar meus olhos agora e me concentrar naquele momento, quase posso sentir as suas mãos na minha cintura e seu beijo no meu rosto.
Parece que foi ontem, e talvez tenha mesmo sido. Talvez tenha sido no mês passado, no ano passado... Já não importa. Tanto faz.

Naquele tempo as coisas eram tão diferentes. EU era tão diferente. Lembro de algumas palavras que eu dizia naquela época, e que depois ficaram tão vazias... A ponto de eu nunca mais querer usá-las. E é tão estranho para mim que eu ainda sinta falta do seu riso, que eu ainda sinta saudades de pegar na sua mão para atravessar a rua.

Você nunca me ensinou nada e nem foi alguém presente na minha vida.... E talvez por isso, eu tenha desejado TANTO ter você comigo... Pelo simples fato de ser algo que eu não podia ter.

E é por isso que eu resolvi te escrever! Eu cansei de sentir a sua falta e de pensar em você o tempo todo. Tenho que aprender a me ver livre de suas recordações... Você é apenas um fantasma que serve para me lembrar que meus finais de semanas jamais serão como aquele. E agora isso até me alegra. Nada foi tão bom que tenha justificado o vazio que se seguiu.

Você sabe meu número, mas por favor, não me ligue... Afinal de contas, você não vai estar aqui quando eu precisar.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Depois do fim

E se eu te pedisse desculpas por tudo o que te fiz passar? Eu sempre quis me desculpar por te fazer chorar. Desde o dia em que te vi, parado naquela estação, minha vida nunca mais foi a mesma. Lembro de todas as vezes em que você tentou me ajudar, e que em troca, teve apenas meu desprezo. Todas as noites em que você deitava do meu lado, eu te via chorar... Mas nunca tive coragem de te abraçar e dizer que sentia muito (porque eu sentia). Apenas fingia que estava dormindo, e isso é uma vergonha.

Chega uma hora em que desculpas não adiantam mais, mas se eu pudesse fazer com que você me ouvisse de coração aberto... Talvez eu pudesse te contar das noites em que eu não dormi, pensando nas lágrimas que você chorou por mim. Eu te fiz sofrer tanto, e nunca demonstrei o menor arrependimento... A menor consideração para com você.

É engraçado eu falar sobre isso agora. Sei que de nada vale te dizer que ainda penso em você e que daria tudo para consertar as coisas e apagar toda a dor que te fiz passar. Fui tão egoísta, pensando apenas em mim, o tempo todo. A minha angústia, as minhas preocupações... Sempre vieram antes das tuas. Tudo que dizia respeito a você era deixado para segundo plano. Como pude?

E quando eu te vi com a sua mala nas mãos, dizendo que aquele era o nosso último adeus... Eu não esperava por aquilo. Sempre pensei que você estaria ali, comigo, o tempo todo. Foi um golpe duro demais... E isso sim é que é engraçado! Eu te tratei mal durante todos aqueles anos e no momento em que você tomou a atitude certa (que era se afastar de mim), eu vi o quanto precisava de ti. Mas já era tarde demais...

Sobre o ciúme

Porque eu tenho pesadelos que parecem tão reais até quando você me abraça. E eu acordo triste, e brigo de verdade e passo o dia grave e dolorida como quando a gente leva um tombo no piso liso...que é só o passado. É como se eu sentisse um ciúme horroroso do meu livro predileto comprado em sebo, a dedicatória apaixonada que não é a minha, os resquícios do manuseio de outras mãos. Alguém corrompeu o trecho que eu mais gostava quando grifou à caneta algo que não pude apagar com borracha e que era tão secretamente meu. Desenhou corações onde só havia minha dor e eu discordei da interpretação alheia. E achei aquilo tudo de uma crueldade atroz. Mas permaneci com o livro no colo, cheia de um afeto confuso por ele: afeto pelo que era, angústia por já ter sido de outro alguém, e aquela sensação (imbecil) de falta de exclusividade. Eu que sempre achei que tudo é e está para o mundo. Perdoa o meu senso de autoimportância, já que não consigo perdoar o meu egoísmo. Eu sei que em alguns presentes, no embrulho, laços do passado são aproveitados. Eu só queria que eles não fossem tão vermelhos: desses que doem nos olhos e no coração.
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Marla de Queiroz

Do outro lado da ponte

Vasculhando nas memórias algum assunto, encontrei a carta que eu rabisquei na capa de um livro: “pra você”, era o destinatário. Não sei por que não mandei, talvez não quisesse passar a limpo o passado. Em letras garrafais eu te dizia: “acertei o caminho não porque segui as setas, mas porque desrespeitei todas as placas de aviso”. E achei curioso eu usar essa metáfora sem nem ao certo saber o que queria te dizer com isto.E depois de repousadas aquelas palavras eu percebi quanta coisa eu escrevi pra você, querendo dizer pra mim. Porque eu jamais chegaria aonde cheguei se só andasse em linha reta. Tive que voltar atrás, andar em círculos, perder dias, perder o rumo, perder a paciência e me exaurir em tentativas aparentemente inúteis pra encontrar um quase endereço, uma provável ponte: a entrada do encontro.Você tão ocupado com seus mapas, tão equipado com sua bússola, demorou tanto, fez sinais de fumaça e não veio. Você simplesmente não veio. Mas me ensinou a intuir caminhos certos, a confiar nos passos, a desconfiar dos atalhos. Porque eu estava do outro lado e só. Sem amparo. Mas caminhava. E você estava absolutamente equipado com seu peso. E impedido de andar por seus medos.
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Marla de Queiroz

O amor irá nos separar

Estive pensando em quantas vezes o amor separa as pessoas... Quantas situações já não vimos de casais que se amam, mas esse amor nunca é o suficiente para mantê-los juntos? As pessoas sofrem muito mais quando amam, e talvez sofram mais ainda quando este amor é correspondido. Sofrem por ciúmes, sofrem por saudades, sofrem por amar.

O amor, que todos dizem que é lindo, não é tão bonito se olhado de perto. O amor machuca, degrada e (como disse no título do texto) separa. Separa as pessoas da realidade, faz com que elas vejam a realidade de uma forma distorcida. Por que, então, passamos a vida atrás desse tal amor? Por que pessoas se casam? Eu gostaria tanto de saber...

Talvez tenha ocorrido alguma falha enquanto o amor era projetado. Talvez o amor tenha um prazo de validade... Não é possível que um sentimento como este esteja fazendo cada vez mais pessoas infelizes. Era pra ser para sempre, mas não é. Chega um momento em que o amor separa e nada mais pode consertar e unir de volta os pedaços...

sábado, 1 de maio de 2010

Alice

– Mas eu não quero me encontrar com gente louca. – observou Alice.
– Oh, não se pode evitar – disse o Gato – todos são loucos por aqui. Eu sou louco. Você é louca.
– Como sabe que eu sou louca? – indagou Alice.
– Você deve ser. – respondeu o Gato – ou então não estaria aqui.

(Do livro Alice no país das Maravilhas)