sábado, 24 de abril de 2010

O caçador de pipas

"Existe apenas um pecado, um só. E esse pecado é roubar. Qualquer outro é simplesmente a variação do roubo. Quando você mata um homem, está roubando uma vida. Está roubando da esposa, o direito de ter um marido, roubando dos filhos um pai. Quando mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça [...]" (O Caçador de Pipas)

domingo, 11 de abril de 2010

A medida que o tempo passa...

A medida que vamos crescendo, vamos deixando para trás certos valores que nos farão falta. Deixamos no caminho o respeito, a amizade, o companheirismo. A lealdade. Nós esquecemos de quanto é bom um abraço sincero, um beijo de boa noite e um sorriso inesperado. Sinto que, ao invés de progredirmos, estamos cada vez mais e mais afastados do que já sonhamos ser.

Já sonhei ser tantas e tantas coisas, que hoje em dia, passo longe de ser. Já quis ser professora, já quis ser atriz, já quis ser cantora. Ainda sou uma estudante. Já sonhei em me casar vestida de noiva, entrar na igreja de véu e grinalda. Já pensei em ter filhos. Hoje em dia não penso mais em nada disso. Eu perdi a fé, a esperança.

Acho que esse é o ponto: a falta de fé.

Eu não acredito mais na boa vontade das pessoas. Se alguém se mostra gentil demais, logo desconfio. Aprendi, do jeito mais difícil, a não confiar. Acho tão raro alguém fazer algo por mim apenas para ser legal, que se o fazem, logo suspeito - e com razão.
Mas como eu queria poder sorrir pra alguém na rua, desejar um 'bom dia' e ser correspondida sem maldade. Eu adoraria poder ser o que sou de verdade, sem medo do que podem pensar. Gostaria de poder ver a alma, lá dentro, e saber que todos se sentem como eu.

Sinto saudades do tempo em que sim, significava apenas sim. O não, apenas não. Sem mais. Hoje somos cheios de jogos, de obrigações. Nós dizemos sim, quando queremos dizer não. Dizemos não, quando o que mais temos vontade, é falar sim. Ou situações em que nos calamos, quando o que mais queríamos mesmo, era gritar. E por que? Por que ficamos tão covardes? Eu gostaria tanto de saber...

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Se você não quer que eu parta, então não me mande pra longe. Melhor você estourar outras luzes, você pode observá-las, todas elas se apagarem. Mas eu não vou a lugar nenhum, eu vou ficar! Quando você simplesmente quiser brigar, quando você estiver fechando seus olhos, porque você não quer me amar. Eu vou ficar! Você não pode me mandar para tão longe, não há espaço no meu coração, onde eu não queira te amar. ♥ (JM)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

No trem

Hoje em dia vemos leis e regras em todos os lugares, e em transportes públicos não poderia ser diferente. Vemos bancos destinados a gestantes, deficientes físicos, pessoas com criança no colo e idosos. Óbvio que o bom senso por vezes nos faz dar nossos lugares para pessoas com essa descrição, mesmo não estando ocupando os lugares destinados a estes.

Eu sou uma pessoa que constantemente se vê levantando a bunda do banco e chamando algum velhinho pra se sentar onde eu estava. Não vejo mal nisso, afinal de contas, não vou morrer de ficar um pouco em pé. E com certeza, eu gostaria que fizessem isso por mim, caso eu precisasse. Okay, faço essas pequenas boas ações (que normalmente ninguém percebe) e me sinto melhor.

Hoje no trem, vi uma cena um tanto quanto legal.

Eu fui a primeira a entrar pela porta e consegui o último lugar no banco. Sentei e sorri de satisfação. Tá, não durou muito. Logo em seguida entraram no vagão um casal de idosos. Suspirei, chamei a senhora e cedi meu lugar. Logo em seguida a menina que estava sentada ao meu lado deu seu lugar ao senhor que havia entrado, e tudo ficou bem. Mas a medida que as estações iam passando, e as pessoas entravam e saiam fui percebendo como tem gente non sense.

Eu fiquei de pé em frente aqueles bancos destinados pro pessoal que precisa. E nele se encontravam dois indivíduos que não tinham necessidade alguma de sentar. Uma mulher que devia ter os seus 30, e o que me parecia ser o marido dela, este pelos 40 (no mínimo), Mesmo assim, não tinham nada de errado, poderiam estar de pé que nem eu (que sou deficiente mental).

Logo mais entra um outro senhor de idade mais avançada, cabelos branquinhos e uma maleta na mão. Fiquei olhando pros dois 'queridinhos' sentados naquele banco, esperando pra ver. Estavam os dois, muito bonitos, lendo jornal. HAHA Juro que senti vontade de perguntar porque eles não levantavam a bunda do banco e cediam pra alguns dos 3 ou 4 velhinhos que estavam de pé. Resolvi ficar quieta. Sou uma pessoa estúpida, ia acabar arranjando confusão no metrô.

O velhinho veio andando, pôs a maleta naquela parte pra malas mesmo, encima dos bancos. Mas pôs exatamente encima do banco daqueles dois bonitos. Aí comentou com um senhor que estava do meu lado, que era uma falta de respeito esse pessoal sentado enquanto tinha gente ali que precisava bem mais de um banco. Eu já ri, prevendo que ali ia dar alguma coisa. Sempre tive vontade de fazer barraco no trem, essa poderia ser a minha chance.

Dali a pouco o senhor perguntou pros dois sentados por que não davam lugar pra uma senhora que estava de pé com umas sacolas enormes. Eles se fizeram de 'Óh, que injustiça', mas deram o lugar. Mas a maldita da senhora obesa que tava com as sacolas deu uma de troxa e disse que ia descer na próxima estação. Coisa que ela não fez, e como via que os dois que estavam sentados antes não ia descer tão cedo - e que tão pouco voltariam a sentar, já que tava todo mundo olhando, resolveu sentar. Ao sentar, olhou pra mulher que tinha levantado e disse: -Quem não tem condições de andar de trem, que não ande. E SORRIU.

Aí eu emputeci.

PORRA! COMO TEM GENTE MAL AGRADECIDA NESSE PAÍS.

O senhor fez aqueles dois bocós levantar pra ela sentar, deu o lugar dele praquela velha gorda imprestável (porque ele poderia muito bem ter sentado só ele), pra ela puxar o saco daquela idiota que estava sentada no lugar errado. Ah, vá se catar! Tive vontade de dizer: -Não gostou, levanta a bunda gorda do banco e dá o lugar pra quem não tá bem de pé.
Tá, fiquei quieta de novo. Não ia me estressar com gente ignorante que nem ela, que não soube agradecer o senhor que conseguiu a porcaria do lugar pra ela.

Na estação Canoas o senhor desceu. Aí até os dois que geraram o início da confusão já tinham descido. A gorda eu nem vi onde desceu, porque nesse ponto até eu já tinha arrumado um lugarzinho pra mim. HEHE Também sou filha de Deus, né?! Merecia dar uma sentadinha. Mas deixo bem claro, não tinha mais nenhum necessitado de caridade de banco. (:

Assim termina meu relato. E repito o que o cara do metrô sempre diz: -SENHOR PASSAGEIRO, SEJA SOLIDÁRIO. DEIXE LIVRES OS BANCOS PARA GESTANTES, PESSOAS COM CRIANÇAS NO COLO, IDOSOS E DEFICIENTES FÍSICOS. Pode ter certeza que isso vai te livrar da situação embaraçosa que os dois panacas sofreram hoje. ;) Fica a dica.

domingo, 4 de abril de 2010

Sobre os erros

Por algum motivo que eu desconheço, o ser humano é um tanto quanto desprezível. Nós fazemos juras de amor, nós fazemos promessas, nós sonhamos. Pra que? Nossos desejos nos traem a todo instante. Nós somos seduzidos, e a partir daí, não lembramos de nada do que prometemos até então.

Dizem que a carne é fraca. Se é desculpa furada, não sei, mas que muitas vezes os desejos nos dominam... Isso todo mundo sabe que é verdade. Óbvio que o bom senso não some, pessoas que têm uma boa índole dificilmente sucumbirão a desejos malucos por um tempo determinado, em troca de um pouco de diversão. Mas como nem todo mundo é dotado de caráter, é mais ou menos aí que a putaria acontece.

Sabemos que amor é único na vida de uma pessoa. Ela pode viver sem muito dinheiro, sem muitos amigos, sem muitas posses... Mas experimente deixá-la saber que é pouco amada. Eu, particularmente, odiaria saber que não tenho ninguém que me ama. É triste e revoltante saber que ninguém pensa em mim quando coloca a cabeça no travesseiro. E estou falando sério.

Já provei do gosto da tentação, já cedi aos desejos da vida. Foi bom... Mas foi bom na hora. Não acho que tenha sido uma experiência formidável. Mostrou apenas que sou suscetível a aventuras. Tá, e daí? Aventura não vai me dar uma vida feliz, não vai me abraçar todas as noites pra dormir e fazer carinho na minha cabeça. Aventura não vai constituir uma família feliz, uma viagem a dois e muito menos um patrimônio.

O que quero dizer... As vezes temos tudo para sermos felizes. Nós temos um par, nós temos amor, nós temos estabilidade. E o que fazemos? Jogamos tudo fora por um momento de... De que, mesmo? É como a gente sempre ouve alguém dizer 'Eu nem sei o que tinha na cabeça. Eu não sentia nada por ela/e'