quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Dos conselhos

Durante nossas vidas ouvimos tantos e tantos conselhos, mas quem os segue? Ninguém. Nós cansamos de ouvir histórias e mais histórias iguais as nossas, e mesmo assim acreditamos que com a gente vai ser diferente. Quanta prepotência...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O encontro

Eu fiquei ali sentada esperando enquanto ele buscava um refrigerante de laranja. Nós haviamos nos conhecido há alguns minutos e eu realmente estava adorando tudo aquilo. Não foi como das outras vezes, quando um cara faz apenas uma cantada vulgar. Foi diferente, foi engraçado. Sim, foi engraçado, essa é a palavra certa! Jamais esperava que o cara que estava com aquela camisa listrada, totalmente fora de moda, estaria agora buscando pra mim um refrigerante - para compensar o que ele havia derrubado encima de mim, momentos antes. Como as coisas são engraçadas mesmo, porque ele acabou de me olhar e sorrrir... Um sorriso torto, envergonhado, mas ainda assim, um sorriso tão lindo.

Então ele veio até a mesa, sentou-se, pedindo mais uma vez desculpas por ter me sujado dentro do trem. Eu digo que está tudo certo, que ele já me explicou isso milhares de vezes antes e que, afinal de contas, a minha roupa nem sujou tanto (embora tenha sujado, sim). Ele sorri mais uma vez aquele sorriso e eu reparo que quando ele ri, a boca dele vai mais para a esquerda do que para a direita... Tendo visto isso, sorrio junto - me achando uma boba por estar ali, amando os pequenos detalhes daquele estranho.
Ele percebe o meu olhar e pergunta se disse algo de errado. Óbvio que não vou entregar o jogo. Disfarço e digo que não. Ele acredita (ou ao menos finge acreditar).

-Mas me diga, como é mesmo o seu nome?
Sorrio, dessa vez de satisfação. Ele quer saber de mim. Yes!
-Me chamo Fernanda, e você?
-Prazer, me chamo Marcos.

Entre informações comuns e sem importancia, descubro um pouco daquele homem que está sentado na minha frente. Agora já não somos completos estranhos, sei que seu nome é Marcos e que trabalha em um escritório contábil. Descubro que ele sonha em ter seu próprio escritório e tirar férias todos os anos (o que não acontece há 3). Mora num apartamento perto do centro da cidade, o qual divide com um amigo de infancia.
Descubro que ele gosta de sair a noite, mas não costuma fazê-lo por falta de tempo. Fico sabendo que gosta muito de vinho, mas que não dispensa uma cervejinha com os amigos.

-Mas me fale um pouco de você.

Droga! E agora? Sou péssima nisso. Tenho que me controlar para não parecer uma maluca, não posso falar demais.

-Sou fotógrafa. Bom, não exatamente fotógrafa... Quero ser, mas sou uma amadora por enquanto.

Aos poucos conto um pouco de mim. Ele ri, se surpreende. Talvez ele jamais esperasse ouvir que sou uma adoradora de animais, que eu canto todas as músicas que conheço junto e que gosto de jogar video game.
Tenho medo de dizer alguma bobagem e estragar tudo, mas dane-se.

19:27
Ele olha o relógio pela primeira vez desde que nos sentamos lá, há exatamente 2:30hrs atrás. Percebo que ele precisa ir, e então poupo-lhe a parte chata. Digo que está tarde, logo meu ônibus passa e que não quero perdê-lo. Ele ri, se levanta e me acompanha até o ponto.

-Sinto muito, gostaria de poder ficar mais. Sinto que deveria pedir pra te ver de novo, mas não vou pedir. Sinto que deveria te beijar, mas eu não vou fazer isso. Eu não sei exatamente o que dizer, mas...

E nesse momento ignorei o sorriso torto, os olhos azuis e o jeito conservador daquele homem. Nesse momento calei-o com um beijo.
Depois do beijo sorri, dessa vez sem vergonha alguma, disse tchau e entrei no ônibus - que acabara de chegar. Sentei no banco do fundo, na janela. Vi a maneira que pos a mão na cabeça, o modo que me olhava e tive tempo ainda de ver... Sim, o vi mais uma vez dar aquele mesmo sorriso de quando me comprava o refrigerante.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Sobre os sentimentos

Será que o show tem mesmo que continuar? Quando você sentou ao meu lado na cama, naquele dia de manhã, e meu olhar continuou perdido pelas suas coisas. Eu senti que aquele momento era único, que era importante. Você ficou em silêncio também, pensando em coisas que eu jamais saberei o que eram. Nós estávamos tão perto e ao mesmo tempo tão distantes.

Lembra quando você disse que a sua opinião sobre mim continuava a mesma, desde o primeiro dia que nos vimos? Eu não te respondi, mas dentro de mim, eu concordei com todas as tuas palavras. Por que será que as coisas têm se tornado tão difíceis? Não que elas já tenham sido mais fáceis, porque não eram... Mas por favor, será que você poderia fazer com que tudo isso se resolvesse? Eu realmente não aguento mais a posição na qual me encontro.

Talvez se eu não tivesse brincado com coisas tão sérias, se eu tivesse escolhido as palavras corretas... Se eu tivesse te dito que acreditava em você, quando você disse que me ligou diversas vezes no dia em que a minha família quase diminuiu, agora esse texto tivesse um outro tom. Não acha?

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Sobre o que acontece

Existem pessoas e situações totalmente diferentes a cada dia. Nós nos vemos frente a frente com coisas que não sabemos lidar, com sentimentos que não queremos sentir, com figuras que não queremos reencontrar.
E daí? Daí que a vida faz as decisões sem o nosso consentimento. A gente não decide se quer ser assaltado. Nós JAMAIS (entenderam?), jamais mesmo seremos consultados sobre revermos um antigo amor, sobre voltarmos a ter certos sentimentos. Acontece e pronto. Nós que nos viremos com as consequência dessas tais escolhas que não nos pertencem.