terça-feira, 3 de agosto de 2010

Sobre a vida

É tão engraçado pensar que passamos a maior parte da nossa vida buscando alguém. Essa pessoa, que nem ao menos conhecemos o rosto, é dotada das mais admiráveis qualidades. A pessoa que buscamos, é (por que não dizer?) perfeita. Nada e nem ninguém pode manchar sua moral, e qualquer um que se atreva a ficar no caminho, é cruelmente punido.

Mais engraçado ainda é pensar que nunca ninguém vai encontrar com essa pessoa. A pessoa que buscamos, que queremos tanto conhecer não passa de um sonho, uma ilusão. Nós nos enganamos com livros, com filmes, com histórias de amor... Mas no fundo sabemos que nada disso existe, que a realidade é outra.

Cedo ou tarde cansamos de esperar a chegada desse príncipe/princesa e nos contentamos com o que a casa oferece.

"Nos contentamos" não é bem o termo certo, porque jamais vamos estar satisfeitos... Ao presenciarmos um erro (por menor que seja) da pobre pessoa que está substituindo a criatura perfeita que não conseguimos encontrar, não teremos pena. Massacraremos sem o menor dó, sem o menor peso na consciência. E não felizes em humilhar essa pessoa, nos sentiremos tristes - por termos desistido tão fácil na busca desse alguém.

Qualquer pessoa, por melhor que seja, jamais conseguirá preencher a lacuna que fica em aberto... A lacuna da pessoa ideal. E o pior de tudo, é que ela não pode fazer nada pra mudar. Por mais que suas atitudes sejam belas, por mais que tente sempre agradar - não se pode competir com o que não existe... Porque obviamente essa projeção da pessoa perfeita não tenha NENHUM DEFEITO sequer.

Até o dia em que a pessoa cansa. Sim, porque todo mundo um dia chega ao limite. A pessoa cansa de não ser valorizada, cansa de dar mais do que recebe e vai embora. Então, algo muito estranho acontece: a gente percebe que AQUELA era a criatura perfeita que tanto procurávamos. E agora? Como fazer para recuperar o grande amor?

Onde quero chegar? Nós nunca estamos satisfeitos com o que temos... Achamos que podemos ter algo melhor, que merecemos mais. Basta perdermos o pouco (que na verdade é muito) que temos, e perceberemos seu real valor.

"Quem escolhe demais, acaba sozinho."

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